Pessoal,
Sou apaixonado por pesquisa iconográfica. Tenho saudades de quando trabalhei na Revista Nossa História. Por isso, elaboro alguns trabalhos como esse aí.
Espero que gostem!
Abraços
Luiz
GUERRA DO PARAGUAI E ABOLIÇÃO
Angelo Agostini (1843-1910)
A Guerra do Paraguai contribuiu intensamente para a questão abolicionista pela participação de negros no Exército.
LEI DOS SEXAGENÁRIOS - 1885
- Angelo Agostini
A charge acima ironiza a Lei dos Sexagenários (1885), a qual libertou os maiores de 60 anos, um alívio para os senhores.
Eis o Diálogo por ordem dos quadrinhos:
"Já os velhos escravos podem morrer livres! Mas é livres de tratamento e no meio da estrada. Todo escravo maior de 60 annos será livre, disse o actual governo. É algum tanto deshumano, mas sempre é um passo a favor da abolição.
É possível tambem que o governo mande construir grandes asylos para os pretos velhos, de 4 ou 5 leguas quadradas. Quem sabe se os enginheiros não estarão já fazendo as plantas?
Porem muito confiamos na philantropia dos lavradores, que com certeza, não enxotarão os velhos pretos apesar de livres. Há sempre serviços para elles
A nova lei tambem se presta a ser illudida.
- Uê! meu sinhô! ê ê! - Deixe rapaz, estou-te fazendo mais moço. Quantos brancos não quereriam que lhe fizessem o mesmo.QUESTÃO MILITAR
- Angelo Agostini
Marechal Deodoro negando fazer papel de capitão-do-mato. A questão militar teve forte ligação com a Abolição no Brasil.
LEI ÁUREA
Cartaz comemorativo indicando a fraternidade racial. Será?
ABOLIÇÃO
"Os troncos, bacalhaus e outros instrumentos de tortura alimentam as fogueiras em redor das quais os novos cidadãos entregam-se ao mais delirante batuque" - Angelo Agostini
Devemos reconhecer que neste fato histórico e humanitário importantíssimo temos a hipocrisia de acreditarmos em uma Nação sem preconceitos e com igualdade de condições e oportunidades. Os negros ganham menos, estudam menos, morrem mais pela violência e compõem a maior parte da população carcerária, em relação aos brancos. Os vestibulares cobram intensamente um pensamento crítico sobre a inserção dos negros e as atuais políticas que visam corrigir essa injustiça social. Por isso, a necessidade moral da sociedade como um coletivo valorizar e respeitar sua composição pluriétnica, sendo esse respeito algo que vá muito mais além do samba e do Carnaval.
Para reflexão, uma charge atual do caricaturista Henfil (1944-1988)